sábado, 5 de maio de 2012

Um Conto vencedor


Hoje trago a vocês um conto feito por mim vencedor do concurso Geraldino Atto de Azevedo deste ano. Espero que gostem!

Título da obra: Meu primeiro Amor

      - Você conhece alguém da turma – pergunta a secretária do meu novo colégio
-Não! – respondo, um pouco nervosa
Na porta da sala, ela anuncia ao professor
- Professor Lucas, esta é a aluna nova, Isabella!
Ele apenas consentiu com um aceno de cabeça. Com a vista embaçada pelo nervosismo, ajeito-me na primeira carteira vazia que vejo. O professor continua sua aula normalmente e eu, nervosa, não consigo concentrar-me em nenhuma aula. Nas primeiras semanas de aula passei o recreio todo no meio dos livros, na biblioteca da escola, até que Alice, uma garota tecnicamente “excluída” da turma por ser considerada falsa e mentirosa, mostrou-me ser uma garota que só precisava de uma pessoa certa para guiá-la. Tirou-me do meio do livro para o meio das pessoas. E mostrando-me que não é porque estou estudando num colégio particular que ele seja cheio de pessoas que se acham melhores do que as outras. Como estávamos em ano de formatura, se eu quisesse participar do passeio, teria que me enturmar, mas, por ser muito tímida, acabei descartando esta ideia, logo Alice a resgatou,e, como diz o ditado popular, “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” De tanto ela insistir acabei consentindo, e indo ao tal passeio. Que aliás foi muito divertido. O passeio me fez deixar um pouco a timidez de lado e me enturmar com o pessoal. Pena que me enturmei tanto que acabei me encantando por um garoto muito atraente chamado Gustavo e, por descuido, deixei escapar todo sentimento que aquele garoto me transmitia com um simples olhar, a Alice. E ela soltou isso em alto e bom som a todos os alunos presentes na aula de Espanhol. Na hora me irritei tanto que discuti com ela e xinguei-a de tudo quanto é coisa, mas depois percebi que não adianta de nada brigar. No dia seguinte, já tínhamos feito as pazes. O tempo foi passando e meu coração se esmagando no peito de tanto sentimento por um simples garoto. No início das férias, meu coração não cabia no peito de tanta saudade dele. Com o tempo aquela saudade ficou igual fogo, foi se apagando até virar brasa, pois era assim que aquele sentimento estava em mim. No último dia de férias, indo para a padaria, vejo-o todo suado, indo para casa. Naquele pequeno instante em que nossos olhos se cruzam, parece que o mundo para de girar, o tempo congela, foi simplesmente mágico. E, quando tudo volta ao normal, meu coração quase sai pela boca, e esqueço-me de tudo, me senti como se estivesse um fogo dentro de mim, um fogo ardente. Logo aquele pequeno instante serviu como um fósforo que acende o fogo, para despertar todo aquele sentimento que estava adormecido. Tudo foi muito mágico, logo estava, sem querer, ansiosa para vê-lo novamente na escola. No dia seguinte descubro que  o número de alunos matriculados para o 1º ano do ensino médio era tanto que foi dividido em três salas, 1A, 1B, 1C. E, por sorte ou azar, nem sei mais o que se passava dentro de mim, estávamos em salas diferentes, não impedindo que nos víssemos no início e no fim das aulas além de na hora do intervalo.
     Numa quinta-feira dessas na hora do recreio uma garota que estudou comigo no ano passado me convida:
-Ei, vamos à pizzaria amanhã?
- Quem vai?
-Ah, Eu o Bruno, o Lucas, A Alice, o Leandro, o João, a Camila...
- O Gustavo vai?
-Não sei. Convidamos mais ele ainda não respondeu.
-Tá, então pode ser. Hoje a noite no MSN  nos vemos o horário certinho.- aviso
     Falo com meus pais, que avisam se eu quisesse ir, teria que ir a pé e meu pai me buscaria às 23h, depois que ele víesse da faculdade. Concordo e me organizo com a Pâmela o horário. Quando estava no meio do caminho, Alice me liga para avisar que não vai dar pra ela ir porque a família não deixou. Depois a Pâmela liga:
- Oi Bell´s, você já tá na pizzaria?
-Oi, Pam, não. Tô quase, por quê?
-Ei, não vai dar para eu nem a Milla ir mas. Deram uns problemas aqui
-Ah, que pena! Então só sobramos eu e os meninos, mas tudo bem. Então nos vemos na segunda-feira, beijo.
    Quando chego, entro no hall de entrada meu coração dispara ao ver aqueles olhos cor de mel me olhando de longe, não podendo que fingir cumprimentei-o:
-Oi!
-Oi, tudo bem com você?
- Tudo sim. Mas e aí ? O que te traz aqui... Quero dizer, esperando alguém?
- A galera me convidou você sabe né a Pam, o Léo, o Bruno, a Camila, o Lucas, a Alice... E você esperando quem?
- A mesma galera, só que a Alice, a Pâmela e a Camila me avisaram que não vem... - O celular toca
-É o meu. Uma mensagem... é do Léo.. Ele tá avisando que os meninos não vão vim porque o carro do pai do Léo quebrou e os outros estavam tudo na casa dele para pegar carona.
-É, então fico só nós.
-Vamos entrar?
-Já que estamos aqui
Entramos e escolhemos uma mesa, pedimos um rodízio de massas ao garçom.
Quando chega a primeira pizza, Guga “como era chamado pelos amigos”, diz:
-Dessa vez vim preparado... Ah você é uma... esquece!
-Tá com medo de perder para uma garota Guga?
- Não...Bella você tá falando da mesma coisa que eu?
- Você acha que eu nunca notei que sempre que vínhamos a pizzaria você e a galera adoravam apostar quem comia mais pizza?
-Sério mesmo que você quer apostar? Eu sempre venço.
-Convencido, não tudo bem então como sei que vou ganhar, quero ver você dançar.
- Eu quero poder lhe beijar.
Surpresa pela sua ação:
- Apostado!
Começamos a comer e a conversar até que algumas horas depois, meu celular toca era minha mamãe:
-Seu pai acaba de me ligar, dizendo que deu uns problemas lá na faculdade e ele vai chegar muito tarde, não vai dar de te buscar, aí ele mandou avisar que quer que você esteja em casa antes das 23h30min.
- Ok, daqui a pouco estou em casa
-O que houve?- Guga pergunta
- Minha mãe avisando que é para eu estar em casa antes das 23h30min. Acho que é bom eu já ir indo.
-Já,que horas são?
-22h22min, ei já que acabamos quem ganhou?
- Não sei o papo tava tão bom que me esqueci de contar
-Vamos dar por empate – vamos ao balcão onde Guga não deixa pagar a conta afirmando que teremos outros encontros, que talvez ele esteja mais duro. Na frente da pizzaria, lembro-o da aposta, faço-o dançar e me acabo de tanto rir. Quando estico o braço para dar um aceno de despedida, ele me puxa para ficarmos frente a frente, tão perto que eu podia sentir sua respiração ofegante. Sua mão trêmula passa sobre meu rosto, ele olha no fundo dos meus olhos e me beija intensamente.
-Agora tenho que ir.
- Te levo em casa.
- Isso tá ficando chato
- o quê ?
- Eu concordar com tudo que você fala.
    Ele me deixa em casa, e se despede com um doce beijo de adeus. enquanto abria o portão Alice me liga:
- Oi, Bella, como foi a noite romântica?
- o que como?  
- Hello, amiga foi tudo um plano feito para unir vocês dois desde, ninguém poder ir, o carro do pai do Léo ter quebrado, seu pai se atrasar na faculdade, esqueci de alguma coisa ?
- mas por quê?
- porque vocês dois vivem só falando um do outro, o tempo todo ficando um em cada no canto sem coragem de chegar no outro...
    Depois de me explicar como tudo aconteceu, ela se despede. E nunca mais o clima entre mim e o Guga foi o mesmo. Os encontros entre nós dois  passaram a se tornar frequentes. Até que um dia antes da Páscoa ele me entrega um ovo que dentro tinha um anel de compromisso. Minha reação foi inusitada, abracei-o e comecei a chorar, pois sabia que aquele garoto significava muito para mim. O fim dessa história apenas o tempo há de escrever.

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